A emancipação política de nossa cidade só ocorreu no dia 17 de dezembro de 1938, através do Decreto Lei no 148. Foi nessa data que passamos a nos chamar DELFIM MOREIRA, em homenagem ao ex-presidente homônimo que já era usado para designar a nossa estação ferroviária.
No entanto, a origem do município de Delfim Moreira é muito mais antiga. Está ligada aos bandeirantes, índios, escravos e à mineração. Por volta de 1703/5 esteve aqui o sargento-mor Miguel Garcia Velho, vindo de Taubaté, que durante cinco anos permaneceu no arraial faiscando ouro. Ele foi o descobridor das minas do Itagyba e o fundador do arraial de Nossa Senhora da Soledade de Itagyba, hoje Delfim Moreira.
Itagyba é uma palavra de origem tupi que significa “lugar onde o rio das pedras cai de cima” ou “cachoeira do rio das pedras” ou “braço de pedra” (junção dos termos tupis itá – pedra – îybá – braço - ).
Com a decadência da mineração a região passou a viver da agricultura de subsistência do milho, feijão, fumo, criação de gado e suínos.
Dentre os vários nomes de destaque em nossa história, encontramos a figura do Barão da Bocaina Francisco de Paulo Vicente de Azevedo (1856 – 1938), natural de Lorena (SP). Possuía uma fazenda modelo na atual Delfim Moreira denominada São Francisco dos Campos do Jordão. Nela fundou a primeira estância climática do Brasil e um sanatório para tuberculosos. Foi o responsável pela introdução em escala comercial da cultura do marmelo na região, quando mandou plantar em sua fazenda 5.000 pés de marmelos vindos de Portugal. Também, em 1901, doou ao Governo da República os terrenos para a construção da Fábrica de Pólvora de Piquete, hoje Fábrica Presidente Vargas.
No primeiro quartel do século XX a fruticultura passa a ter um maior aproveitamento com a instalação das primeiras fábricas de polpas de marmelo. Surgem grandes fábricas, como Colombo, Peixe, Matarazzo, CICA e indústrias criadas por moradores locais como Mantiqueira, Fruticultores, Vitória, Frutiminas entre outras.
Até a década de 1970 a base da economia local assentava-se nessa fruticultura e na indústria de polpas de frutas. Com a decadência, a economia voltou-se num primeiro momento para a plantação de batata. Atualmente, a economia gira em torno da atividade agropecuária e comércio local. Nos últimos anos despontou o potencial ecoturístico da cidade.
Como vimos, nossa cidadezinha tem raízes antigas e mescladas com a história do povo brasileiro. Uma história com momentos gloriosos e períodos estacionários. Mas, é entre essas montanhas, pastagens, cachoeiras, araucárias que plantamos nossos corações.
Parabéns Delfim Moreira!